sexta-feira, 29 de março de 2013

Soneto de fidelidade


De tudo ao meu amor serei atento antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto que mesmo em face do maior encanto dele se encante mais meu pensamento. Quero vivê-lo em cada vão momento e em seu louvor hei de espalhar meu canto e rir meu riso e derramar meu pranto ao seu pesar ou seu contentamento e assim, quando mais tarde me procure quem sabe a morte, angústia de quem vive quem sabe a solidão, fim de quem ama eu possa me dizer do amor (que tive). Que não seja imortal, posto que é chama mas que seja infinito enquanto dure. 

Vinícius de Moraes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário