quinta-feira, 12 de abril de 2012

“Ele é um bom moço, ele pousa sobre mim um olhar apaixonado e eu não sei o que fazer com isso. Ele é um bom moço e eu queria, queria de verdade, queria amá-lo e cuidar dele. Mas não quero. Ele disse que me ama e eu gosto da maneira como ele segura meu quadril e treme as sobrancelhas quando ri de mim. Ele é um bom moço, mas isso não é suficiente. E era sempre eu quem queria o felizes para sempre, casar, ter três filhos e morar numa casa com um jardim em frente. E de repente não é mais. Eu estou onde sempre odiei, eu sou o outro, não mais quem dói, agora quem faz doer. E aí sim, nada me dói mais que ser quem faz doer. Eu aceito ser a tola, eu aceito esperar demais, esperar de quem não deve, mas não aguento ser o monstro, não quero ser ruim; eu já fui ruim, e dói demais ser ruim, ainda mais depois de tentar tanto ser bom. Mas eu entrei nisso. E ele é um bom moço, merece uma explicação, merece que eu diga a ele que não posso enganá-lo, que não sei sentir o que ele sente, que vai doer vê-lo doer, mas não posso fazê-lo ter que juntar os pedaços de si a seu modo mais tarde. Eu também sou uma boa moça, uma boa moça que fez uma grande merda.”

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