sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Eu realmente tinha me esquecido o quanto ter um cara – de verdade – do lado era bom.

Tomamos sorvete, conversamos um pouco mais sobre a viagem e por fim, vimos um episódio de uma série americana que amávamos. Ele adorava imitar um dos personagens:

- Júh (toc toc), Júh (toc toc), Júh (toc toc). Já posso entrar no seu coração senhorita lágrimas?

- Seu (ex)nerd musculoso idiota, você nunca saiu dele.

O tempo passou tão rápido, já era hora de dizer adeus de novo. Ele se despediu com um abraço apertado e disse que estaria por perto amanhã cedo. Respirei fundo e fechei a porta. Olá de novo, solidão.
Meu quarto estava uma bagunça. Eu precisava dar um jeito na minha vida – Quem está escrevendo isso eu ou minha mãe? – O fato é que se eu realmente quisesse começar de novo, eu precisaria apagar algumas coisas que me prendiam ao passado. Apagar e-mails, fotos, depoimentos, e por último, arrancar a última folha de todos os meus cadernos da escola. Eu sabia que nada daquilo me faria mais feliz naquela noite, mas eu estava disposta a tentar. Tomei banho – sem pensar em lágrimas dessa vez – e depois de estar vestida com um pijama confortável e pega-frango, fiquei alguns minutos me olhando no espelho do banheiro. Por mais que as coisas tivessem mudado completamente, eu ainda era a mesma Júh de sempre. Indecisa, silenciosa e bipolar.
Foi naquele exato momento que percebi que não me adiantou de nada apagar e esconder todas aquelas coisas. Minha maior lembrança estava naquele reflexo, minha maior lembrança estava dentro de mim. Era hora de mudar meu reflexo no espelho, era hora de parar de lamentar.

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